Aqui no hospital fico observando as pessoas, seus comportamentos, manias ansiosas, as mãos inquietas, conversas paralelas, angústia, impaciência, também a paciência, as gentilezas e a falta desta, o cavalheirismo, a educação e também a falta da mesma...
Mas as companhias; os acompanhantes sempre me chamam a atenção.
Hoje foi uma filha que me despertou a vontade de escrever.
Adulta acompanhando seu pai idoso. O setor aqui é de oncologia.
Ela se levantou e acreditando que o pai estava atrás falou com ele e ao olhar para trás riu e o chamou: Pai!
Ele a acompanhou ao ser chamado e ela sorria amorosamente enquanto ele se aproximava.
Cumplicidade.
Pai e filha.
Momento tenso;
maaaas: ACOMPANHADO.
Eu me sinto uma espectadora da vida.
Às vezes parece que não estou onde todos se encontram mas gosto de observar, ler as entrelinhas, ouvir os sons até mesmo dos calados.
Pensando aqui.
Ah! E não, não me sinto abandonada e nem tampouco só.
Eu não me apoio em pessoas, aprendi a depender de Deus, a tê-lo como acompanhante fiel e indispensável.
Verdadeiramente me sinto privilegiada.