sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Jamais breve

Já faz tanto tempo que não escrevo aqui que nem mesmo o título me veio à mente mesmo tendo ideia do que vou escrever.
Estou em falta com meus leitores, sei que muitos não me seguem em outras redes sociais e por isso me sinto devedora.
Perdi o sono pois um amigo me deixou intrigada com suas atitudes.
Essa manhã estive em São Paulo pra uma consulta e tive a oportunidade de tomar café com ele e sua mãe.
Uma euforia linda tomava conta dele e me contagiou também.
Durante os últimos anos eu estive entre crer ou não no amor mas segui o caminho da descrença e não posso dizer que sou infeliz ou feliz, talvez a descrição seja um estado neutro de sentimentos, uma zona de conforto não muito confortável onde não permito que as pessoas passem.
Mas ele está feliz porque encontrou uma pessoa legal. Já tem tempo que ele diz que busca um relacionamento sério e pra toda vida. Como de costume eu sempre caçoando e destilando minhas teses venenosas sobre relacionamentos...rss
Ora, não me orgulho de ter dito essas coisas pois, na verdade, elas são referentes à mim e não à ele ou quem quer que seja.
Amor pra mim é algo muito maior do que me foi apresentado nessa vida.
Não se pode amar alguém até amanhã e pronto; não pode ser só isso!
Esperei um amor onde me sentisse protegida de tudo aquilo que me dava medo, exatamente tudo o que tenho vivido.
Não fui protegida de nada, aliás não fui poupada nem de descobrir que o amor que eu cria não existia, nunca existiu.
Um amor não rejeita alguém porque adoeceu e diminuiu de tamanho ou porque ficou gorda, nem temporariamente sem os cabelos.
O amor que cri era inocente, companheiro, leal, bonito, era tudo.
E agora não creio mais no amor?
Ah! Eu creio, sim. Creio no amor mas não nas pessoas, não creio que alguém seja capaz de senti-lo na íntegra, na totalidade de suas características.
Ah mas esse meu amigo, ele crê e quer saber?
Acho que ele encontrou esse amor pois ainda estando em tratamento sem noção mínima se ficará restabelecido aparece alguém que quer amá-lo pelo que ele é, não se importando com mais nada.
Sei que não tenho essa coragem de crer, aliás minha coragem é limitada e totalmente direcionada apenas às minhas questões com o mieloma; decido e vou enfrente sem medos quando se trata disso e lido bem com a morte mas já não sei viver, tenho medo de amar, de crer, medo do que as pessoas são capazes de fazer, tenho muito medo de conhecer as pessoas, preferindo me esconder atrás da tela do computador, pois é assim que vivo.
Fiquei mesmo feliz hoje cedo quando o vi tão animado e me senti parte daquele momento, estando ali também sua mãe fiquei emocionada em participar da felicidade dele.
Admiro toda essa coragem e dentro das minhas limitações quero crer que dará certo e ele será feliz e esse é meu desejo.
Essa é uma amizade recente que me surpreendeu.
A principio eu achava que acabaria como tantas outras amizades virtuais, apenas nas telas do computador e do celular, contudo tem se transformado numa linda amizade; real, sem maldade e sem cobranças.
A vida me levou os sonhos, talvez eu os tenha perdido sozinha até, desisti de viver aquilo que me convenci ser meu dom mas a única coisa que não perdi foi o dom da amizade.
Sou muito feliz com a quantidade de pessoas que me foram apresentadas nos últimos 4 anos pela minha caminhada esquisita...rsss
Puxa, não sei nem como terminar esse texto, fora de forma eu acho.
Mas como criança termino meu texto escrevendo que:
o amor é leve,
jamais breve,
é lençol cheiroso,
beijo gostoso,
aconchegante lar,
imenso como o mar,
pura felicidade,
é eternidade...

kkkkkkkk Coisas de Daguinha, ué!

Dag Veloso