30 de agosto, esperava pela consulta quando de repente uma mulher grita:
_"Eu tô com câncer, vou morrer, como pode dizer que vou ficar bem?"
Todos ficaram quietos ao ver a cena.
A acompanhante diz:
_"Ela (a enfermeira) não tem culpa, fica calma."
A mulher, então, joga com fúria a bolsa que segurava nas mãos sobre uma cadeira fazendo um barulho que assustou todos ali já em silêncio, inclusive a mim.
A enfermeira com toda paciência do mundo acariciando o braço da mulher diz que ela tem razão mas que precisa se acalmar.
Fiquei paralisada e com vontade de chorar.
Pensei em ir até ela e dizer que câncer não é mais uma sentença de morte mas, sim, um motivo de luta constante.
Não dá pra ter preguiça e deixar de lutar um dia pra descansar, todo dia você precisa lutar contra aquilo que tenta te destruir e que, infelizmente, está dentro de você.
Porém eu não fiz nada, só fiquei ali paralisada.
Porque talvez eu esteja com raiva assim como ela.
Talvez me falte gritar, socar um travesseiro, colocar a culpa no mundo e tudo o que eu não fiz mas assisti outros fazerem.
Passei por muitas coisas sorrindo e cheia de tranquilidade mas meu sorriso já não está escancarado como antes e minha dor não se limita apenas aos ossos, já atinge a alma...
Eu só queria não ver mais toda essa dor.
_"Eu tô com câncer, vou morrer, como pode dizer que vou ficar bem?"
Todos ficaram quietos ao ver a cena.
A acompanhante diz:
_"Ela (a enfermeira) não tem culpa, fica calma."
A mulher, então, joga com fúria a bolsa que segurava nas mãos sobre uma cadeira fazendo um barulho que assustou todos ali já em silêncio, inclusive a mim.
A enfermeira com toda paciência do mundo acariciando o braço da mulher diz que ela tem razão mas que precisa se acalmar.
Fiquei paralisada e com vontade de chorar.
Pensei em ir até ela e dizer que câncer não é mais uma sentença de morte mas, sim, um motivo de luta constante.
Não dá pra ter preguiça e deixar de lutar um dia pra descansar, todo dia você precisa lutar contra aquilo que tenta te destruir e que, infelizmente, está dentro de você.
Porém eu não fiz nada, só fiquei ali paralisada.
Porque talvez eu esteja com raiva assim como ela.
Talvez me falte gritar, socar um travesseiro, colocar a culpa no mundo e tudo o que eu não fiz mas assisti outros fazerem.
Passei por muitas coisas sorrindo e cheia de tranquilidade mas meu sorriso já não está escancarado como antes e minha dor não se limita apenas aos ossos, já atinge a alma...
Eu só queria não ver mais toda essa dor.
Dag Veloso
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