sábado, 15 de dezembro de 2012

Depois da janela

Texto escrito dia 04 de dezembro de 2012.

Mais um dia, mais um exame, rotineiro mesmo assim incomodo e logo que saí resolvi tomar meu café no banco da praça do hospital e avistei várias janelas, muitas delas fechadas o que me inspirou os pensamentos.
Viajei através daquelas janelas.
O que elas representam?
O que há por trás delas?
Dor? Medo? Tristeza? Esperança? Será que a própria morte?
Não sei, porém já estive do outro lado da janela e não podia contemplar o azul do céu, nem o verde do jardim. Me agarrava ao relógio pra não deixar de fazer parte do tempo ou ele de mim.
Hoje estou deste lado da janela, contemplando tudo com olhos atentos e sedentos mas também a janela ainda posso ver, ela ainda está em algum lugar, de vez em quando a vejo e me lembro de como é estar do outro lado.
Eu penso que sempre há o que aprender e o fato de eu sempre esbarrar com ela deve ter um motivo bastante importante.
Todas elas representam o desconhecido, o inesperado, limitação, talvez o fim, todas são incógnitas, o melhor é estar sempre do lado de fora, junto ao jardim, debaixo do céu, sentindo o calor do sol ou admirando a beleza da lua e estrelas.
Não sei se em sua vida você se depara com alguma "janela" mas minha janela, essa mesmo, representa a delicadeza e fragilidade da vida.
Viver a vida é muito mais que fazer coisas extraordinárias, tem que senti-la o tempo todo, tem que amar, prestar atenção...









Dag Veloso

(As fotos deste texto foram tiradas por Dag Veloso)

Um comentário:

  1. A minha janela me trazia emoções diferentes , ver o nascer do sol , o arco-iris após a chuva , a noite escura com estrelas no céu , pessoas chegando no meio da noite vindo em ambulâncias , os cachorros deitados na areia se aquecendo ao sol, a vontade de ir embora , o choro quando lembrava dos filhos e o sofrimento que os fiz passar sem necessidade disso.

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