sexta-feira, 15 de março de 2013

O peso do tempo

Hoje estava voltando pra casa após um exame médico e dentro do ônibus fiquei olhando um casal. A mocinha estava sentada e o rapaz estava em pé ao lado dela e enquanto conversavam fiquei notando a mão dela acariciando a perna dele por cima da bermuda.
Olhei minhas mãos e olhei a mão dela, não mais bela que a minha no formato mas o viço... sem comentários!!
Daí pensei no peso que tem o tempo.
Não é segredo pra ninguém que amo viver mas fiquei pensando no que significa querer viver mais um dia.
Quando noto que as marcas do tempo se manifestam em mim é que me dou conta do tempo que estou por aqui e sozinha.
Vixe! Não tem que parecer uma reclamação mas, de certa forma, não deixa de ser uma queixa.
Quando percebo minhas marcas, fico triste porque minha vida foi maltratada e não tenho marcas por ter tido filhos, por ter trabalhado muito, por ter me preocupado em manter minha família unida, minhas marcas são da solidão, foi um maltratar solitário, sem uma mão a me segurar e incentivar, sem alguém a me esperar.
No fim minha vida foi passando e não houve quem me esperasse.
Estou triste?
Eu não. E nem poderia.
A questão é:
A vida está passando e me sinto privilegiada por poder ver minhas marcas aparecerem.
Contraditório?
Olhando para o lado positivo da situação, eu estou vivendo um dia após o outro e ver as marcas aparecerem, marcas que contam minha história, me diz que meu objetivo está sendo cumprido, vivendo e me percebendo a cada dia.

Dag Veloso

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