sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O segundo TMO

No dia 15 de setembro de 2014 arrumei minha mala e viajei sem acompanhante pra enfrentar aquilo que mais me dava medo; o transplante de medula óssea.
Eu estava tranquila apesar dos medos comuns a quem já havia passado pela experiência.
Me ocorreu que após ter encarado sozinha aquilo que mais me dava medo não há porque temer mais nada.
E, se eu fui capaz, você também consegue.
Por mais medo que alguma situação te imponha, você é forte suficiente pra vencê-la.
Bom dia amigos!
Dag Veloso


No dia 18 de setembro de 2014 recebia o transplante de medula óssea.
Eu estava sozinha na Santa Casa de São Paulo. Viajei na madrugada do dia 15 pra 16 com uma mochila e uma mala e não quis a companhia de amigo ou familiar pois sentia que precisava fazer aquilo sozinha.
Eu tive medo, sim, mas o enfrentei e era essa minha intenção; enfrentá-lo e assim vencê-lo.
Antes do transplante passei pela psicóloga Dra. Denise no próprio hospital e após a conversa ela me disse que nunca havia conhecido alguém tão bem resolvido com a doença e a morte porém nitidamente eu demonstrava despreparo para a vida.
Realmente tenho facilidade em decidir sobre as questões relacionadas ao tratamento e tenho consciência de toda morte que há em todos nós, ou seja, a vulnerabilidade da vida.
Em contrapartida não tenho a mesma facilidade com respeito à decisões inerentes à vida.
Passei por consulta com a Dra Maria Tereza Madalena que numa única conversa percebeu o mesmo que a Dra Denise e começamos um trabalho de auto-conhecimento, creio que posso chamar assim.
Numa segunda conversa pude, ao me ouvir, entender que de nada tenho que ter medo e afinal, o que eu teria a perder?
Ah sim! Sempre temos algo a perder mas talvez os benefícios da luta sejam maiores do que aquilo que achamos ser importante perder.
Assim eu fui e vou.
Estou caminhando e estou orgulhosa daquilo que tenho feito.
E não há melhor presente do que sentir a presença de Deus confirmando nossas decisões.
Hoje eu estou feliz.

Dag Veloso

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